sábado, 3 de julho de 2010

Deus é brasileiro: tchau Dunguita, adios Dieguito, e viva a Alemanha!

Se havia algum resquício de dúvida, ele desapareceu na Jabulani que rolou bela e formosa no estádio Green Point, na Cidade do Cabo: Deus é mesmo brasileiro, segundo apurou o enviado especial, o seminarista Songo Monga.

Como se não bastasse decretar o fim da era Dunguita e ajudar a espocar o estoque de fogos alaranjados nas casas e lajes da Pauliceia desvairada e da Cidade Maravilhosa dos morros uivantes, mostrou no indigesto prato de chucrutes servido aos hermanos que ainda há esperança.

Que somente brucutu defende a indefensável tese de que o espetáculo morreu. Que futebol, hoje, é resultado e nada mais, uma seara para Felipe Melo, Josué & botinudos desfilarem.

A Jabulani alemã lembrou os bons momentos da história do ludopédio tupiniquim, em contraponto à filosofia do ‘professor’ Dunga e de seus anões de chuteiras de barro, que mergulharam no tempo em que o pragmatismo dominava a cintura dura dos salsichões. E, obviamente, quebraram a cara.

Sob a batuta do maestro Schweinsteiger, a orquestra alemã mostrou aos desafinados representantes do Circo Brasileiro de Futebol que o sucesso de uma equipe não pode ficar restrito à tacanha ideia de clausura e/ou isolamento. De que o feio é bonito, e estamos conversados.

É possível aliar força física e técnica, disciplina tática e talento, apresentar bom futebol e competência. Não é pecado. E a torcida, penhoradamente, agradece.

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Sugismundo Freud. Só faltam 1.460 dias e sete jogos para o hexa.

Olho vivo. Apenas para registro: após a derrota para a Holanda, o enturmado ‘professor’ Dunguita foi o primeiro a se mandar para o vestiário, ao lado do anjo da guarda Jorginho. No fracasso dos hermanos, o prepotente Dieguito fez questão de ficar à beira do gramado para confortar os jogadores.

Twitter. Há sempre o outro lado da moeda: Maradona não vai desfilar pelado pelas ruas de Buenos Aires. Don’t cry para ver el pibe do El Pibe, Argentina.

Datavuvuzela. Graças ao chumbo grosso alemão, a média de gols do safári da Fifa subiu o necessário para dividir a lanterna com a da Itália/90: 2,21 por partida. Em 60 duelos, as cornetas soaram 133 vezes. Aconteceram 44 vitórias (13 por 1 a 0) e 16 empates. Os europeus somam agora 14 triunfos, 11 empates e 11 fracassos, enquanto os sul-americanos acumulam 12 vitórias, seis empates e quatro passa-moleques.

Pai Jeová. Só os mais chegados ficaram sabendo. Após saborear um delicioso suco de laranja azedo, Kaká recebeu pelo microblog palavras de conforto do hermano Messi: “Eu sou você amanhã. E muito pior... ”

Pica-Pau. Os laços de amizade entre os coirmãos corintianos e palmeirenses atravessaram o oceano. Os periquitos em revista adotaram o alemão Klose como símbolo. Torcem para que marque mais dois gols e roube do fofo Ronaldo o título de maior artilheiro da história dos Mundiais, num ano em que a Fiel festeja um glorioso centenário.

Folha seca. Nem Bafana Bafana nem BaGana BaGana. O fumacê acabou.

PAC. O ‘Plano de Aceleração da Copa-2014’ informa ao bem-amado e esfolado contribuinte: a festa do caqui vai rolar no lançamento do Mundial da ‘ilha da fantasia do mestre Tatoo’, dia 8. Ao lado de familiares, aspones e prestativas secretárias, representantes das 12 cidades-sede aterrissarão na África do Sul para a pândega. A turma do pão de queijo deverá ser a mais numerosa. E tudo graças ao seu, ao meu, ao nosso rico dinheirinho.

Gilete press. Do colunista Ancelmo Gois, no ‘Globo’: “A CBF, antes mesmo da derrota para a Holanda, mandou reservar todas as mesas do Pigalle, restaurante mais badalado de Johanesburgo, para a noite de 11 de julho. É, como se sabe, a data da final da Copa.” O chef Sneijder estragou a comilança.

Tititi d’Aline. O espanhol Davi Villa, responsável pela classificação da Fúria, será fuzilado em praça pública se pintar em Assunção: a modelo Larissa Riquelme não mostrará mais as duas jabulanes in natura.

Você sabia que... os 23 jogadores da seleção alemã defendem apenas clubes da Bundesliga?

Pombo-correio. “Para 99% dos brasileiros o Felipe Melo não pode vestir a amarelinha. Cairia melhor outro tipo de camisa, a de força” – do internauta Leandro Francisconi.

Bola de ouro. Schweinsteiger. A fera alemã comandou o show contra os hermanos. O jogador do Bayern de Munique deu passe para dois gols e fez as melhores jogadas da equipe.

Bola de latão. Messi. Mais um melhor do mundo que se despediu sem marcar um mísero golzinho. Kaká pegou o avião do mesmo modo. O gajo Cristiano Ronaldo deixou o dele, mas também foi embora sem deixar saudade.

Bola de lixo. Sul-americanos. Entraram com a corda toda nas quartas (50%) e saíram pela porta dos fundos. Só resta o bicão Uruguai. Sobrou até para o colunista: desculpe a nossa falha. A Copa América com grife virou Eurocopa.

Bola sete. “Se depois de encerrado meu contrato alguma seleção se interessar, eu acho que seria maravilhoso encerrar a carreira na Copa de 2014. Mas hoje só penso no Palmeiras” (do técnico Felipão, à Eldorado/ESPN, sobre a possibilidade de substituir Dunga – vem tampão por aí).

Dúvida pertinente. Alemães, os moleques da ‘Vila Sésamo’ no safári da Fifa?

O que você achou?
jose.r.malia@espn.com

por José Roberto Malia, colunista do ESPN.com.br

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