sábado, 3 de julho de 2010

Com erros de arbitragem e dois pênaltis perdidos, Espanha vence Paraguai e vai às semifinais

Em jogo drámatico no Ellis Park, o atacante David Villa foi mais uma vez decisivo para a seleção espanhola neste sábado. Com um gol aos 37 do segundo tempo, o espanhol se isolou na artilharia da Copa do Mundo da África do Sul e ainda garantiu os espanhóis nas semifinais ao fazer 1 a 0 diante do Paraguai.

Após um começo de jogo muito estudado por ambas as partes, com uma marcação no campo de ataque dos espanhóis, a arbitragem do guatemalteco Carlos Batres começou a se complicar já no primeiro tempo, anulando um gol do paraguaio Valdez.

Na segunda etapa, a partida ganhou em emoção, principalmente com a entrada de Fábregas no lugar de Fernando Torres, e a arbitragem voltou a causar polêmica. Primeiro, marcou pênalti de Piqué em Cardozo. Na cobrança, o próprio atacante paraguaio bateu para a defesa de Casillas. No lance seguinte, Batres marcou pênalti em divida de bola entre Alcaraz e David Villa. Xabi Alonso bateu e marcou, mas o árbitro guatemaltco mandou voltar. Na segunda cobrança, o goleiro Villar defendeu, derrubou Fábregas no rebote, mas o árbitro mandou seguir o jogo.

O gol espanhol saiu somente aos 37 minutos da segunda etapa. Em bela jogada de Iniesta, o meio-campista passou para Pedro, que chutou na trave. No rebote, David Villa chutou para marcar o gol da vitória.

Nas semifinais, os espanhóis jogam contra a Alemanha, na próxima quarta-feira, em Durban.

O jogo
Desde o início, a seleção do Paraguai confirmou em campo a fama de marcadora implacável. Com suas linhas defensivas adiantas, os paraguaios forçaram os espanhóis a fazer longos passes e acabaram equilibrando a partida.

Na bola parada, os sul-americanos chegaram ao gol com mais perigo. Logo no primeiro minuto, após cobrança de lateral, Santana recebeu na entrada da área, mas chutou nas mãos do goleiro Casillas.

Somente aos 28 minutos, a Espanha conseguiu chutar ao gol paraguaio. O meio-campista Xavi tentou um sem pulo de fora da área e bola passou por cima do gol.

Mesmo com maior posse de bola, os espanhóis não conseguiam trabalhar para criar chances de reais de gol. Quando conseguia chegar mais à frente, sempre faltava o toque para gol. Aos 33, Xavi recebeu pela ponta direita, cruzou, mas a bola passou pela área paraguaia. Na sequência, veio a resposta paraguaia na mesma moeda. Após cruzamento pela esquerda, Valdez não chegou na bola.

Aos 40, o lance mais polêmico da primeira etapa. Em partida sem muitos momentos de perigo, o Paraguai teve um gol anulado. Valdez recebeu dentro da área e mandou para o fundo do gol de Casillas, mas a arbitragem marcou impedimento.
Cardozo lamenta eliminação paraguaia na Copa do Mundo
Cardozo lamenta eliminação paraguaia na Copa do Mundo
Crédito da imagem: AFP


No segundo tempo, a partida ganhou em emoção. Aos 11 minutos, Piqué puxou o braço de Cardozo dentro da área e o árbitro guatemalteco Carlos Batres marcou pênalti. Na cobrança, o próprio Cardozo bateu, mas Casillas defendeu.

No lance seguinte, Alcaraz dividiu bola com David Villa e o árbitro marcou novo pênalti. Xabi Alonso cobrou e marcou para Espanha, mas a arbitragem mandou voltar. Nas segunda cobrança, Villar fez grande defesa e, no rebote, Sérgio Ramos teve a chance de marcar, mas Paulo da Silva salvou em cima da linha. No lance, os espanhóis também reclamaram de penalidade de Villar em Fábregas.

Melhor em campo, com a entrada de Fábregas no lugar de Fernando Torres, a Espanha voltou a assustar aos 17 minutos, quando Iniesta avançou pela ponta esquerda e chutou no ângulo, forçando Villar a fazer nova defesa.

O gol da vitória veio aos 37 minutos. Iniesta fez grande jogada, passou no meio da zaga paraguaia e mandou para Pedro na direita. O atacante espanhol chutou na trave, mas no rebote David Villa aproveitou.

FICHA TÉCNICA
PARAGUAI 0 x 1 ESPANHA


Local: Estádio Ellis Park, em Johanesburgo (África do Sul)
Data: 3 de julho de 2010 (Sábado)
Horário: 15h30min(de Brasília)
Árbitro: Carlos Batres (Guatemala)
Assistentes: Leonel Leal (Costa Rica) e Carlos Pastrana (Honduras)
Cartões amarelos: Piqué (Espanha) e Alcaraz, Víctor Cáceres, Morel e Santana (Paraguai)
Gol: David Villa, aos 37 minutos do segundo tempo, para a Espanha

PARAGUAI: Justo Villar, Darío Verón, Paulo Da Silva, Antolín Alcaraz e Morel Rodríguez; Víctor Cáceres (Barrios), Jonathan Santana, Edgar Barreto (Enrique Vera), e Cristian Riveros; Haedo Valdez (Roque Santa Cruz) e Oscar Cardozo.
Técnico: Gerardo Martino

ESPANHA: Iker Casillas, Sergio Ramos, Gerard Piqué, Carles Puyol (Marchena), e Joan Capdevila; Sergio Busquets, Xabi Alonso (Pedro), Xavi e Andres Iniesta; David Villa e Fernando Torres (Fábregas).
Técnico: Vicente Del Bosque

 por ESPN.com.br

Deus é brasileiro: tchau Dunguita, adios Dieguito, e viva a Alemanha!

Se havia algum resquício de dúvida, ele desapareceu na Jabulani que rolou bela e formosa no estádio Green Point, na Cidade do Cabo: Deus é mesmo brasileiro, segundo apurou o enviado especial, o seminarista Songo Monga.

Como se não bastasse decretar o fim da era Dunguita e ajudar a espocar o estoque de fogos alaranjados nas casas e lajes da Pauliceia desvairada e da Cidade Maravilhosa dos morros uivantes, mostrou no indigesto prato de chucrutes servido aos hermanos que ainda há esperança.

Que somente brucutu defende a indefensável tese de que o espetáculo morreu. Que futebol, hoje, é resultado e nada mais, uma seara para Felipe Melo, Josué & botinudos desfilarem.

A Jabulani alemã lembrou os bons momentos da história do ludopédio tupiniquim, em contraponto à filosofia do ‘professor’ Dunga e de seus anões de chuteiras de barro, que mergulharam no tempo em que o pragmatismo dominava a cintura dura dos salsichões. E, obviamente, quebraram a cara.

Sob a batuta do maestro Schweinsteiger, a orquestra alemã mostrou aos desafinados representantes do Circo Brasileiro de Futebol que o sucesso de uma equipe não pode ficar restrito à tacanha ideia de clausura e/ou isolamento. De que o feio é bonito, e estamos conversados.

É possível aliar força física e técnica, disciplina tática e talento, apresentar bom futebol e competência. Não é pecado. E a torcida, penhoradamente, agradece.

                                                                #####
Sugismundo Freud. Só faltam 1.460 dias e sete jogos para o hexa.

Olho vivo. Apenas para registro: após a derrota para a Holanda, o enturmado ‘professor’ Dunguita foi o primeiro a se mandar para o vestiário, ao lado do anjo da guarda Jorginho. No fracasso dos hermanos, o prepotente Dieguito fez questão de ficar à beira do gramado para confortar os jogadores.

Twitter. Há sempre o outro lado da moeda: Maradona não vai desfilar pelado pelas ruas de Buenos Aires. Don’t cry para ver el pibe do El Pibe, Argentina.

Datavuvuzela. Graças ao chumbo grosso alemão, a média de gols do safári da Fifa subiu o necessário para dividir a lanterna com a da Itália/90: 2,21 por partida. Em 60 duelos, as cornetas soaram 133 vezes. Aconteceram 44 vitórias (13 por 1 a 0) e 16 empates. Os europeus somam agora 14 triunfos, 11 empates e 11 fracassos, enquanto os sul-americanos acumulam 12 vitórias, seis empates e quatro passa-moleques.

Pai Jeová. Só os mais chegados ficaram sabendo. Após saborear um delicioso suco de laranja azedo, Kaká recebeu pelo microblog palavras de conforto do hermano Messi: “Eu sou você amanhã. E muito pior... ”

Pica-Pau. Os laços de amizade entre os coirmãos corintianos e palmeirenses atravessaram o oceano. Os periquitos em revista adotaram o alemão Klose como símbolo. Torcem para que marque mais dois gols e roube do fofo Ronaldo o título de maior artilheiro da história dos Mundiais, num ano em que a Fiel festeja um glorioso centenário.

Folha seca. Nem Bafana Bafana nem BaGana BaGana. O fumacê acabou.

PAC. O ‘Plano de Aceleração da Copa-2014’ informa ao bem-amado e esfolado contribuinte: a festa do caqui vai rolar no lançamento do Mundial da ‘ilha da fantasia do mestre Tatoo’, dia 8. Ao lado de familiares, aspones e prestativas secretárias, representantes das 12 cidades-sede aterrissarão na África do Sul para a pândega. A turma do pão de queijo deverá ser a mais numerosa. E tudo graças ao seu, ao meu, ao nosso rico dinheirinho.

Gilete press. Do colunista Ancelmo Gois, no ‘Globo’: “A CBF, antes mesmo da derrota para a Holanda, mandou reservar todas as mesas do Pigalle, restaurante mais badalado de Johanesburgo, para a noite de 11 de julho. É, como se sabe, a data da final da Copa.” O chef Sneijder estragou a comilança.

Tititi d’Aline. O espanhol Davi Villa, responsável pela classificação da Fúria, será fuzilado em praça pública se pintar em Assunção: a modelo Larissa Riquelme não mostrará mais as duas jabulanes in natura.

Você sabia que... os 23 jogadores da seleção alemã defendem apenas clubes da Bundesliga?

Pombo-correio. “Para 99% dos brasileiros o Felipe Melo não pode vestir a amarelinha. Cairia melhor outro tipo de camisa, a de força” – do internauta Leandro Francisconi.

Bola de ouro. Schweinsteiger. A fera alemã comandou o show contra os hermanos. O jogador do Bayern de Munique deu passe para dois gols e fez as melhores jogadas da equipe.

Bola de latão. Messi. Mais um melhor do mundo que se despediu sem marcar um mísero golzinho. Kaká pegou o avião do mesmo modo. O gajo Cristiano Ronaldo deixou o dele, mas também foi embora sem deixar saudade.

Bola de lixo. Sul-americanos. Entraram com a corda toda nas quartas (50%) e saíram pela porta dos fundos. Só resta o bicão Uruguai. Sobrou até para o colunista: desculpe a nossa falha. A Copa América com grife virou Eurocopa.

Bola sete. “Se depois de encerrado meu contrato alguma seleção se interessar, eu acho que seria maravilhoso encerrar a carreira na Copa de 2014. Mas hoje só penso no Palmeiras” (do técnico Felipão, à Eldorado/ESPN, sobre a possibilidade de substituir Dunga – vem tampão por aí).

Dúvida pertinente. Alemães, os moleques da ‘Vila Sésamo’ no safári da Fifa?

O que você achou?
jose.r.malia@espn.com

por José Roberto Malia, colunista do ESPN.com.br